quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Os rios que cortam a região de Côcos Bahia

a página ainda encontra-se em construção, mas deixe seu comentário, sua participação, fiz esta pagina para que voce leitor, que tá mundo afora, principalmente, posso ver que a nossa região está sendo destruída por estrangeiros que se achegam pelos gerais, e pelos nosso

Somos passageiros neste mundo, a terra não nos pertence, então porque a destruímos tanto?

O município de Côcos divide-se em  regiões e algumas sub-regiões, englobando as comunidades naturais da sua população em grupos.
Temos como eixo de referencia os rios formoso, Itaguari, carinhanha, bem como os riachos do meio, e de Côcos. 
Tornaram-se as coordenadas geográficas naturais para a delimitação dos nucleos de lavradores e comunidades que  se formaram depois da criação do município.

Essas comunidades localizadas às margens destes rios, estão dessassosegadas, porque estão projetadas várias barragens às margens do rio Carinhanha e Itaguari, que iram ameaçar suas nascentes.

Estas barragens vão trazer muitos problemas sociais culturais e econômicos, para as comunidades que ali vivem há seculos.
E outra maior preocupação é que além de problemas  ambientais, com a construção das barragens vários pequenos rios que alimentam o Carinhanha poderão desaparecer.

Marli, mulher guerreira, ribeirinha, da comunidade do Santo Antonio, sempre que tem oportunidade, como aconteceu no encontro de mulheres em março de 2012,  está falando sobre o futuro incerto que estas barragens vão trazer ás famílias do município de Côcos.







imagens do rio Itaguari







Rio de Côcos


Cabeceira do Rio Riachão ( foto de Jefé Leão)





CHÁ DE CONSCIÊNCIA

O som da água
Que corre rio abaixo
Soa ecologicamente correto
Pedindo ajuda

A humanidade cada vez mais
Mais desumana
Se materializa e se profana
Feito barras de concreto
E finge que está surda

Ouçam atentos
O uivo dos ventos
E escutarão nitidamente
Os profundos lamentos
Da ferida natureza
Pois, dela aflora
A fauna, a flora
A santíssima água
E os sagrados alimentos
Que nos vêm até a mesa

Se não tomarmos com urgência
Um forte chá de consciência
O apocalipse, com certeza
Será o contrário do dilúvio
E a total falta de água
Transformará o universo
Num imenso deserto
A céu aberto
Delineando um cenário
De infinita tristeza

Côcos, BA, 20/10/2002
Nonato Lopes


depoimentos  do Facebook:

"Esta região de Côcos é tão rica em águas que os buritis nascem em ávores" Disse o Pastor Lúcio, na nascente do Rio Sumidouro, na fazenda de Silvan Lessa..





Manifesto “Riacho do Meio Vivo”

Reunião na Comunidade do Riacho do Meio, elaborando estratégias para enfrentar o risco da comunidade ver o seu rio secar. (foto de João Paulo Leão Ribeiro - Facebook))



as fotos abaixo foram registradas por  Dora Trindade da ONG Associação Ambientalista Vida Verde





      
"A comunidade do Riacho do Meio com dois séculos de existência está  localizada no município de Côcos-Ba, ás margens do rio de mesmo nome (Riacho do Meio ou Rio do Meio). No final do século XVII e início do século XVIII essa comunidade começou a ser povoada por pessoas vindas de diversas regiões da Bahia, essas pessoas que aqui chegavam vinham correndo da seca e da fome que assolava algumas regiões do estado, como por exemplo: Lavras Diamantinas, Rio de Contas, Macaúbas, Caetité  e muitas outras. Chegando nessa região encontraram terras férteis e água em abundância para trabalharem a terra e se fixarem de vez em nosso município. Muitas foram às dificuldades encontradas, como o alto índice de malária, Sezão e febre amarela devido as grandes lagoas e alagamentos nas margem deste Rio, além do convívio constante com animais silvestres. Com a Lei de Terras de 1850 a região teve seu primeiro registro de posse datado de 1859 no nome de Marcelino da Silva Carneiro, a família desse pioneiro ainda reside nessa região até aos dias de hoje.
      A comunidade viveu dias de muita fartura e às vezes de medo, como foi o caso do chamado “Barulho do Coronel João Duque”, onde esse Coronel disputava a posse do município com o Coronel Clemente de Araújo Castro e, Major Leônidas de Araújo Castro, ambos de Santa Maria da Vitória. O Coronel João Duque foi expulso de Carinhanha, município ao qual Côcos era subordinado e veio se esconder na Samambaia, comunidade vizinha do Riacho do Meio e que também vive de suas águas, o Coronel permaneceu na Samambaia de Agosto de 1919 a Março de 1920, cada tiroteio entre os jagunços era o terror para os moradores que fugiam para as matas e cavernas para se protegerem. Os “Barulhos” passaram e a comunidade permaneceu firme em seus propósitos de plantar, colher, criar, enfim trabalhar a terra e garantir o sustento das famílias, todos utilizando as águas do Rio do Meio.
No decorrer dos anos, (década de 80) algumas empresas, conhecidas popularmente como firmas dos chamados “reflorestamentos”, iniciaram as invasões em nossa região: Meira e Planta Sete. Essas empresas grilaram as terras devolutas que desmataram a vegetação nativa e desenvolveram a plantação do eucalipto, plantio que não deu certo, aliás, deram muito errado, nossas nascentes começaram a secar. Bem sabemos que a bacia do Riacho do Meio é formada, além da cabeceira, pelas nascentes ao longo do seu leito. Contudo nosso conhecimento pelo erro acometido por elas era precário e não tomamos providencia contra tal degradação ambiental.
      Atualmente a comunidade vem enfrentando mais uma dificuldade, já faz alguns anos que o município vem se firmando como um produtor de grãos e café  irrigado, o agronegócio avança a passos largos no município, tendo como uma das empresas líder nesse mercado que é a Santa Colomba Cafés e Santa Colomba Agropecuária, com o argumento e promessas de geração de emprego e renda. Essa empresa vem devastando os campos gerais e explorando as águas da região. Em reportagem do Jornal Folha de São Paulo de 31/07/2011 fica bem claro que nem sempre o agronegócio é a saída, Côcos é um exemplo disso, na reportagem ficou claro que 30% das pessoas do município vivem com menos de R$70,00 mensais, o Rio do Meio nasce dentro das terras da Santa Colomba e essa empresa tem conseguido várias outorgas pelo atual Governo do Estado da Bahia, para perfuração de vários poços e captação de águas das veias do Rio do Meio.



        Estes ribeirinhos formados por varias comunidades das margens direita e esquerda do Riacho do Meio estão imensamente preocupados com a drástica redução das águas deste Riacho resolveram tomar providencias e se manifestarem contra tais desmandos devastadores das já referidas empresas instaladas no município de Côcos no Oeste da Bahia. Nas reuniões das comunidades houve muitos relatos e sentimentos verdadeiros e significativos que não devemos deixar de enviar para que sejam analisados com carinho e respeito a este povo tão sofrido. Estamos repassando a este órgão competente com objetivos de sermos ouvidos, atendidos e socorridos de forma rápida, antes que seja tarde demais
.
O Sr. Salviano José de Lima de 80 anos de idade, nos lembrou que uma vez quase morre afogado e era um bom nadador, ao tomar banho do Riacho do Meio. Seus netos hoje não nadam mais, porque o rio está vazio e diz mais: “Estas irrigações para exportação não nos ajuda em nada e não teremos mais águas para nossa sobrevivência. Vocês sabem que havia 49 nascentes e agora, quantas tem? Tenho muita tristeza em pensar que meus descentes irão sofrer sem água”. O Sr. Anízio Gonçalves de Castro de 74 anos confirmou os ditos do Sr. Salviano e acrescentou que para atravessar o Racho do Meio a pouco mais de 20 anos passados, o cabra teria que ser bom nadador. 
O Sr. Jacinto Pereira Lopes de 96 anos de idade e muito lúcido, se manifesta emocionado: Fico revoltado quando ouço dizer que estão retirando as águas da terra com esses poços artesianos para irrigar soja e café e que ainda vão colocar pivô para retirar o restinho que há no leito do rio. Quem de nós aqui já tomou café de lá dessa tal de Santa Colomba? Quem de nós já comeu soja de lá? Quem é daqui dessas redondezas está empregado lá? Esses empresários levam tudo que é nosso e deixam aqui para nós só os desmatamentos, os rios cheios de veneno e de areias. E as nossas lavouras, nós vamos molhar com quê? Meu bisavô, meu avô, meu pai, eu e meus filhos nascemos e criamos nossos filhos aqui e ninguém passou fome, porque as águas deste Riacho nos deram a sustentação. “Acho do jeito que está acontecendo, só Deus para não deixar este rio morrer”. 
O Sr. João Viana de Macedo de 66 anos de idade é outro que demonstra sua indignação. “Meus amigos, este rio tinha quatro remansos fundos – talhado, olho d’água, cachoeira e samambaia - e havia poucos lugares que davam passagem a cavalo e hoje a gente passa com carro de boi sem molhar o eixo e eu não concordo com mais retirada das águas do nosso rio”.  
O Sr. Nivaldo José  da Trindade de 66 anos disse ”Não tem muito tempo que quando a gente chegava na beira do Rio, passavam cardumes de peixes e nós pescávamos só os peixes grandes com anzol, porque faltava carne e o peixe ajudava na comida da família. Hoje nossos netos não conhecem mais peixes grandes, só na televisão ou nos livros. Isso dói aqui oh no coração. Depois das enchentes, as margens do Riacho do Meio ficavam repletas de lagoas e o gado nem precisava pisar em suas margem. Hoje, o gado tem que ficar no meio do rio para poder conseguir água”. 
O Sr. Francisco Costa de Lima de 50 anos também faz seu desabafo. “Conheço a nascente deste rio (hoje não temos mais o direito de vê-lo) e lá é um brejinho de pouca água, mas ao longo de suas margens, ao receber os afluentes, havia lugar até aos anos 80 de três metros de profundidade e todas as quase 300 famílias da redondeza sempre foram dependentes dessas águas. E agora, como vamos plantar nossas lavouras de feijão, milho, mandioca, bata, arroz e as hortaliças? Será que somos obrigados a comprar tudo que vem de outros lugares? Do preço que o agronegócio quer? Vamos dizer não a este desmando dessas empresas malditas, com seus donos que só vem de avião sobrevoar para ver o tamanho de suas riquezas. Eles modificam a qualidade e a quantidade de nossa natureza com seus agrotóxicos de vários tipos e as enxurradas levam para seu leito. Unidos aqui seremos vencedores desses poderosos sem escrúpulos e sem coração”.  
O Sr. Anselmo de 72 anos faz um comentário de grande importância: ”As comunidades do Jacaré e do Sucurizinho, receberam estes nomes porque havia inúmeros deles neste Riacho e hoje nem peixes tem. A água é vida e é de todos, mas precisa ser preservada, porque um dia ela acaba. Nós sempre usamos a natureza de forma consciente e a prova é que antes dessas empresas virem para nosso município nos anos 80, nosso rio era igual a mais 100 anos atrás. Meu avô e meu pai falavam o mesmo que a gente via. Hoje, quando olho para os barrancos altos e um fio de água lá no fundo, perco o sono e tenho vontade de chorar”. 
A Professora Tatiana Mariza Neves fala; “Sabemos que os desmatamentos desses latifúndios, modificam o clima também, reduz a produção das árvores frutíferas, como o pequi, o caju, a mangaba, o buriti e outros produtos da natureza que o povo dos gerais come para saciar a fome. O ecossistema cerrado aqui era perfeito, até a ganância dos poderosos já destruiu o que puderam e agora ainda querem sugar o pouco de água que nos resta? Meus alunos estão preocupados, em saber de tantas barbaridades cometidas por quem não é daqui, que só quer o lucro para manter suas mordomias. Estamos sentindo no coração e na alma o sentimento da perda e não concordamos com ela”. 
O Sr. Enaldo Costa Lima de 40 anos, fez o seguinte comentário: ”Se os órgãos do governo (neste caso a CODEVASF) estão preocupados com o assoreamento dos rios, porque (neste caso IBAMA, INGÁ e outros) estão liberando outorga de água sem conhecer a realidade dos rios e das comunidades? Porque não evitar os problemas antes que aconteça? Se as nascentes são o começo, o coração e a vida da natureza e dos povos? Deixo meus questionamentos iremos em busca de respostas rápidas entes que seja tarde demais. 
O Sr. Marinho da Silva Carneiro bisneto do já referido Marcelino da Silva Carneiro --------------- desta sua preocupação: “Antes aqui a vida era boa, a natureza não era agredida, plantávamos e colhíamos quase tudo que precisávamos, desde feijão, arroz, milho, mandioca, cada de açúcar, laranjeiras para nossa alimentação e para vender, porque tinha que comprar remédios, roupas, sal e alguma outras mercadorias. O gado é outro coisa que a gente criava para dar o leite para as crianças. E agora, se o rio secar, de onde vem água para o gado também? Os lençóis freáticos já estão secando por causa dos postos artesianos da Santa Colomba. O que será desse povo sem água? Iremos todos para a cidade, formar favelas e bandidos? Nossas famílias são honesta e trabalhadoras, porque ensinamos nossos filhos, mesmo estudando, a cuidar da terra, jamais pensei que na minha idade eu pudesse ver este horror que estamos passando aqui em nossa região. Todos os que estão aqui sabe bem o que estou falando e se estes órgãos do governo não tomar providencia urgente, vai ser mais catástrofe com as pessoas em nosso País”. 
O Sr. Ivan ---------- faz um alerta: “A situação nossa é tão séria que, depois que estas empresas iniciaram os desmatamentos e fizeram estes poços artesianos na região, as chuvas diminuíram e, das 39 nascentes que eu conheço muito bem, já secaram 16 e as que ainda resistem, as águas estão pouquinhas. Como é que aquela pequenina nascente principal deste rio vai suportar sete pivores de alta potência para puxar águas? Estes empresários estão pensando com o bolso, enquanto nós seremos dizimados? Nós repudiamos tais atitudes”.  
O Sr. Joaquim de Moura Falcão manifesta dizendo: Sou um patriota de 70 anos de idade, amo a natureza de paixão, sempre cuidei dela, plantando com sustentabilidade, mas hoje me sinto angustiado ao ver tantos desmandos por pessoas que nunca vi na minha vida. Penso que os nossos governos não sabem ou não querem fazer a coisa certa, porque essas terras das grandes empresas que estão matando nossos riozinhos, não foram herdadas de ninguém, elas foram griladas. Elas são terras devolutas do Estado da Bahia. E porque os órgãos do governo não manda rever a documentação deles? Porque nós que somos daqui a mais de 200 anos, estamos sujeitos a irmos embora sei lá para onde, devido às ações perversas dessas empresas poderosas? Estão aí as carvoarias também, acabando com os habitats dos animais silvestres do cerrado. Meus netos não conhecem mais uma anta, nem uma capivara e nem tão pouco uma arara, uma preguiça, um tamanduá, um lobo guará e tudo isso havia aqui até bem pouco tempo. Não fomos nós quem os mataram, pois vivemos aqui a vida toda e eles estavam aí vivinhos e procriando sempre. O poder do dinheiro está acabando com as pessoas mais humildes, por isso não aceitamos ficar sem água e sem a nossa natureza como Deus nos deixou. 
O Sr. Osias Ferreira da Silva se manifesta com dor no coração: Tenho 82 anos de idade, conheço nossa região como a palma da minha mão e conto para vocês que são bem jovens que, nesse nosso Riacho do Meio havia apenas cinco passagens. Somente onde o rio era mais largo e ficava mais raso, mas mesmo assim, ao atravessarmos, as águas batiam na capa da cela e agente tinha que levantar a pernas pra não se molhar. E isso não faz muito tempo não. Hoje! Eu atravesso a pés com a calça dobrada até ao joelho e não molha. Vejo isso como um crime ambiental e humano e esses órgãos do governo não sabem que esses poderosos conseguiram apenas um direito de posse e tomaram conta de tudo! Com pistoleiros expulsando os verdadeiros moradores de suas terras! Nós pequenos agricultores somos fiscalizados na hora de “botar” uma rocinha, mas eles podem desmatar tudo, retirar ás águas, poluir com venenos e não aparecem ficais para eles. “Isso companheiros, me dá um nó na garganta e tristeza no coração ao ver tudo isso e não poder resolver”.








      A comunidade do Riacho do Meio com 300 famílias e mais de 1500 pessoas, vem por meio deste documento, solicitar desse órgão competente esclarecimentos e resolução sobre os diversos empreendimentos que vem sendo instalados na região, dentre eles citamos os processos: nº2009-03499/TEC/LL-0067; nº2009-032851/TEC/LL-0065; nº2009-032739/TEC/LL-0064 da Santa Colomba Cafés e Santa Colomba Agropecuária. As audiências públicas para licenciamento desses empreendimentos já foram realizadas, no entanto a comunidade do Riacho do Meio não foi comunicada e nem convidada por estas empresas a participarem deste acontecimento. Após as audiências públicas já estarem aprovadas, nosso povo soube e avaliou que as mesmas foram mal conduzidas, pois foi apenas com os técnicos dos órgãos do governo protegendo as referidas empresas e preterindo as opiniões dos ribeirinhos. O exemplo disso é o uso do tempo que a empresa tinha, muito maior para expor seus pareceres e promessas de empregos do que a comunidade impactada. Outro fator foi que as atas não foram lidas para o público no final das audiências, e os técnicos pediram para ser assinadas mesmo sem serem lidas. A comunidade exige dos órgãos públicos que sejas feita vistorias urgente no restante das águas do Riacho do Meio para evitar que se retire o pouco que ainda existepara irrigações do agronegócio e que parem com este desmatamento descontrolado para plantio de monocultura.
A comunidade procurou o INEMA para obter documentos que fornecessem o histórico de vazão, profundidade e largura do Rio do Meio e este órgão argumentou que não monitora as águas desse rio, sendo assim fazemos os seguintes questionamentos:
  • Como o INEMA autoriza uma outorga de sete pivores, como é o caso da portaria nº571/09-DG, para retirada de água do Rio do Meio se o referido órgão não monitora as águas do mesmo?
  • Porque não foi feito um levantamento de quantas famílias residem abaixo dos pontos de captação e o volume de água que essas famílias consomem? Tendo em vista que as prioridades garantidas por lei são o consumo humano e animal.
  • Como o antigo INGÁ emitiu outorgas para a empresa citada sem mandar um único técnico no campo para ver as condições do curso d’água e das famílias que lá habitam?
  • Como o INEMA explica um barramento no Rio do Meio na altura das coordenadas 14º32’27.07”S e 45º10’32.07”O? Sabendo que esse tipo de barramento necessita de autorização para supressão de APP.
  • Observação: Segundo testemunhas ha 20 anos atrás o rio era a Fazenda Meira Agropecuária instalou quatros pivôs na cabeceira do Riacho do Meio e o rio não suportou a quantidade absorvida, funcionando apenas dois pivôs. Não entendemos como o INGÁ liberou outorga de sete pivôs de retirada de água onde suportou há 20 anos apenas dois pivôs?   ??????
  • Não entendemos como há 20 anos, segundo as testemunhas acima citadas, em que o rio tinha sua vazão normal, não suportou 4 pivôs e, atualmente, em pleno esvaziamento do rio, o INGÁ liberou outorga de sete pivôs de retirada de água da mesma nascente?

   Assim sendo toda a população do Riacho do Meio exige que suas águas não sejam utilizadas por empresas para irrigação e que o desmatamento desenfreado seja extinto para que a recarga do referido rio seja garantida e não venha confinar a sobrevivência dessas famílias. Exigimos também a anulação das outorgas emitidas para captação na superfície do Rio do Meio, porque a nascente principal e o restante das outras não suportam esta retirada de água e também que sejam revogadas as autorizações para perfuração de poços artesianos nas imediações das nascentes do mesmo rio, pois não concordamos com os métodos utilizados pelo órgão ambiental para outorgá-los visto não existir estudo de vazão desse curso d’água, esperamos uma resposta rápida e que seja levada em consideração a história de luta desse povo e das futuras gerações que perpetuarão a história dos seus antepassados.
Seguem fotos anexos para comprovação dos fatos; Relatórios das Associações civis organizadas em apoio ao Manifesto e Carta de apoio político ao Manifesto “Riacho do Meio Vivo” 
Obs: CARTA PARA OS POLITICOS.
Da: Comunidade do Riacho do meio
Para: Os Poderes Executivo e Legislativo Municipal de Côcos – Ba.
Prefeita Municipal de Câmara de Vereadores.
SOLICITAÇÃO DE APOIO
       Venho através deste, solicitar o apoio desses Poderes Públicos em apoio Manifestação “Riacho do Meio Vivo”. Para tal solicitamos que assinem esta Carta apoiando nossas reivindicações.
Esta Manifestação escrita é a nossa esperança no sentido de sermos atendidos com urgência pelos Órgãos Público do Governo Estadual e Federal.
Contamos com a colaboração de todos: Prefeito, Vice- Prefeita e todos os Vereadores dês Município.
OBS- João Paulo, veja o que deve ser modificado e corrija pra nós tá?
Segue a Carta de apoio a ser lida por estes Poderes e assinada com urgência.
Carta de apoio político ao Manifesto “Riacho do Meio Vivo”
Nós políticos dos Poderes Executivo e Legislativo, abaixo relacionado e devidamente assinado, e representantes eleitos pelo povo coquense e neste caso especifico, da comunidade do Riacho do Meio, estamos de comum acordo em apoiar o Manifesto “Riacho do Meio Vivo” no qual tal comunidade exige a anulação das outorgas do Projeto para irrigações com instalação de sete povos próximo a nascente do Riacho do Meio, conforme processos: nº2009-03499/TEC/LL-0067; nº2009-032851/TEC/LL-0065; nº2009-032739/TEC/LL-0064 da Santa Colomba Cafés e Santa Colomba Agropecuária e a supressão dos poços artesianos ali instalados.
A vitalidade deste rio depende de sua preservação a sobrevivência da comunidade depende da preservação das águas e da natureza. Assim sendo, defendemos e contamos com o apoio irrestrito deste órgão competente para com esta comunidade. 
Manifesto “Rio do Meio Vivo”
      A comunidade do Riacho do Meio com dois séculos de existência está  localizada no município de Côcos-Ba, ás margens do rio de mesmo nome (Riacho do Meio ou Rio do Meio). No final do século XVII e início do século XVIII essa comunidade começou a ser povoada por pessoas vindas de diversas regiões da Bahia, essas pessoas que aqui chegavam vinham correndo da seca e da fome que assolava algumas regiões do estado, como por exemplo: Lavras Diamantinas, Rio de Contas, Macaúbas, Caetité  e muitas outras. Chegando nessa região encontraram terras férteis e água em abundância para trabalharem a terra e se fixarem de vez em nosso município. Muitas foram às dificuldades encontradas, como o alto índice de malária, Sezão e febre amarela além do convívio constante com animais silvestres. Com a Lei de Terras de 1850 a região teve seu primeiro registro de posse datado de 1859 no nome de Marcelino da Silva Carneiro, a família desse pioneiro ainda reside nessa região até aos dias de hoje.
      A comunidade viveu dias de muita fartura e às vezes de medo, como foi o caso do chamado “Barulho do Coronel João Duque”, onde esse Coronel disputava a posse do município com o Coronel Clemente de Araújo Castro e, Major Leônidas de Araújo Castro, ambos de Santa Maria da Vitória. O Coronel João Duque foi expulso de Carinhanha, município ao qual Côcos era subordinado e veio se esconder na Samambaia, comunidade vizinha do Riacho do Meio e que também vive de suas águas, o Coronel permaneceu na Samambaia de Agosto de 1919 a Março de 1920, cada tiroteio entre os jagunços era o terror para os moradores que fugiam para as matas e cavernas para se protegerem. Os “Barulhos” passaram e a comunidade permaneceu firme em seus propósitos de plantar, colher, criar, enfim trabalhar a terra e garantir o sustento das famílias, todos utilizando as águas do Rio do Meio.
      Atualmente a comunidade vem enfrentando mais uma dificuldade, já faz alguns anos que o município vem se firmando como um produtor de grãos e café  irrigado, o agronegócio avança a passos largos no município, tendo como uma das empresas líder nesse mercado que é a Santa Colomba Cafés e Santa Colomba Agropecuária, com o argumento de geração de emprego e renda. Essa empresa vem devastando os campos gerais e explorando as águas da região. Em reportagem do Jornal Folha de São Paulo de 31/07/2011 fica bem claro que nem sempre o agronegócio é a saída, Côcos é um exemplo disso, na reportagem ficou claro que 30% das pessoas do município vivem com menos de R$70,00 mensais, o Rio do Meio nasce dentro das terras da Santa Colomba e essa empresa tem conseguido várias outorgas do atual Governo do Estado para perfuração de poços e captação de águas superficiais do Rio do Meio.
      A comunidade do Riacho do Meio com 300 famílias e cerca de 1500 pessoas, por meio desse documento solicita dos órgãos competentes esclarecimentos sobre os diversos empreendimentos que vem sendo instalados na região, dentre eles citamos os processos: nº2009-03499/TEC/LL-0067; nº2009-032851/TEC/LL-0065; nº2009-032739/TEC/LL-0064. As audiências públicas para licenciamento desses empreendimentos já foram realizadas, no entanto a comunidade avalia que as audiências foram mal conduzidas, com os técnicos do governo protegendo a empresa e preterindo as opiniões dos ribeirinhos, exemplo disso é o uso do tempo que a empresa tinha, muito maior para expor seus pareceres do que a comunidade impactada e presente, outro fator foi que as atas não foram lidas para o público no final das audiências, e os técnicos pediram para ser assinadas mesmo sem serem lidas.
      A comunidade exige dos órgãos públicos que seja feita alguma ação para evitar que se retire águas do rio do meio para irrigação e que diminua o desmatamento descontrolado para plantio de grãos. A comunidade procurou o INEMA para obter documentos que fornecesse o histórico de vazão, profundidade e largura do Rio do Meio e o órgão argumentou que não monitora as águas desse rio, sendo assim fazemos os seguintes questionamentos:
  • Como o INEMA autoriza uma outorga como é o caso da portaria nº571/09-DG, para retirada de água do Rio do Meio se o referido órgão não monitora as águas do mesmo?
  • Porque não foi feito um levantamento de quantas famílias residem abaixo dos pontos de captação e o volume de água que essas famílias consomem? Tendo em vista que as prioridades garantidas por lei são o consumo humano e animal.
  • Como o antigo INGÁ emitiu outorgas para a empresa citada sem mandar um único técnico no campo para ver as condições do curso dágua e das famílias que lá habitam?
  • Como o INEMA explica um barramento no Rio do Meio na altura das coordenadas 14º32’27.07”S e 45º10’32.07”O? Sabendo que esse tipo de barramento necessita de autorização para supressão de APP.
  • Observação: Segundo testemunhas a 20 anos atrás a Fazenda Meira Agropecuária instalou dois pivôs na cabeceira do Riacho do Meio e o rio não suportou a quantidade absorvida, imagina a Santa Colomba que instalará sete pivôs nesse rio.

   Assim sendo toda a população do Riacho do Meio exige que suas águas não sejam utilizadas por empresas para irrigação e que o desmatamento desenfreado seja diminuído para que a recarga do referido rio seja garantida e não venha atrapalhar a sobrevivência dessas famílias, exigimos também a anulação das outorgas emitidas para captação na superfície do Rio do Meio e também as autorizações para perfuração de poços nas imediações das nascentes do mesmo rio, pois não concordamos com os métodos utilizados pelo órgão ambiental para outorgá-los visto não existir estudo de vazão desse curso d’água, esperamos uma resposta rápida e que seja levada em consideração a história de luta desse povo e das futuras gerações que perpetuarão a história dos seu antepassados" Colaboração de Doralina Trindade do Bomfim que tambem faz parte da ONG - CÔCOS VIDA VERDE - Associação ambientalista Vida Verde Côcos Bahia,   e dos Movimento dos Atingidos por Barragens-MAB, Associação Ambientalista Vida Verde-AAVV, Paróquia de São Sebastião, Comissão Pastoral da Terra-CPT, Movimento de Mulheres, Cine Itinerrante e Comunidades

A ONG ASSOCIAÇÃO AMBIENTALISTA VIDA VERDE teve sua fundação em  03 de maio de 2003.

Ideia inicial de fundação: Antônio Lourenço da Silva, 
Doralina Trindade do Bomfim e também adsaudoso professor Ananias Feliciano dos Santos (in memorian)




Desmantamento na região do cerrado

Ontem (05/10/2011) durante a comemoração da “Semana do São Francisco” mais de 200 pessoas de Cocos, Jaborandi, Coribe e região prestigiaram o lançamento do Documentário “Das Águas Gerais: a resistência de um Povo”, que aconteceu na Câmara de Vereadores de Cocos-BA. O Documentário mostra a vida e resistência das comunidades Geraizeiras e Ribeirinhas das Bacias dos rios Carinhanha e Corrente, bem como sua relação harmoniosa com o Cerrado.

O evento foi organizado pelo Movimento dos Atingidos por Barragens-MAB, Associação Ambientalista Vida Verde-AAVV, Paróquia de São Sebastião, Comissão Pastoral da Terra-CPT, Movimento de Mulheres, Cine Itinerrante e Comunidades que há anos vem sofrendo com as ameaças de projetos de Barragens. Este momento foi de grande relevância para apresentar à sociedade as demandas destas comunidades, bem como, sua luta e organização.

Na oportunidade, a comunidade do Riacho do Meio que vem sendo ameaçada pela implantação da Santa Colomba Agropecuária e Cafés LTDA pode expressar a sua indignação com os desmandos deste empreendimento, em especial, o risco ao acesso a água por mais de 300 famílias, que vivem as margens deste riacho. Outro marco desta atividade foi a integração entre moradores de várias comunidades de Cocos, Coribe e Jaborandi, que mostra a importância de fortalecer a unidade das lutas na região. Para o Sr. Aldo Pereira Bispo, comunidade da Boca Negra “estamos à disposição para nos unirmos a luta de qualquer comunidade no Oeste da Bahia.”

Após a exibição do Documentário houve intenso debate com a intervenção do público presente, que foi seguida de entrega do documentário às comunidades e organizações presentes. As próximas exibições estão previstas para: Santa Maria da Vitória-26 de outubro; Jaborandi-04 de novembro e Coribe-05 de novembro. Convidamos a todos para prestigiarem estes eventos, e dessa forma ajudarem a divulgar a luta e resistência destas comunidades.


Estas fotos retratam a atual situação dos gerais, na região de Côcos, um grupo de ambientalistas estiveram fotografando o local, para demonstrar o quanto nossa região está devastada pelas queimadas das madeiras do gerais para serem utilizadas como carvão.

Nossos gerais, cabeceiras de nosso Rio Itaguari, era de uma riqueza na sua flora e fauna, pequizeiros, tingui, cajuzinhos do mato, jatobás, e com muitas plantas medicinais, como o barbatimão (Stryphodendron barbatiman) que é cicatrizante, sucupira-branca (Pterodon pubescens), que combate infecções, já usado pelos povos indígenas, antigos moradores deste “gerais”. E por onde anda as Juritis, Pombas verdadeiras, as Seriemas e Emas, as onças pintadas, e toda a riqueza que existia ali?.




E assim que se encontra o nosso Cerrado


que antes eram de muitas terras alagadas , águas  límpidas, corrente, pura e geladas, e tinham muitos sucuris





Os chapadões e campinas eram de verde sem fim, hoje, estão se tornando bancos de areia



E mesmo com tanta aridez, 




na terra duram seca, queimada, a vegetação insiste em sobreviver



..




Visite tambem o blog do RIO ITAGUARI, é só clicar no link abaixo:


RIO ITAGUARI CÔCOS BAHIA

rioitaguaricocosbahia.blogspot.com


AS CAVALGADAS E OS LEILOES EM COCOS


Os leilões de bezerros e as cavalgadas acontecem em Côcos desde aproximadamente 1970.


Esta foto abaixo é de um dos primeiros leilões que se tem registrado, foi realizado para arrecadar fundos para a Construção dda Igreja Católica, na Admianistração do Prefeito, em frente a casa que era deUlisses Bodão, ao lado a antiga churrascaria, que também já não existe mais...só lembranças inequecíveis que guard amos em nossa memória e registradas em fotografias.



Cavalgada, aproximadamente me 1970




Inicialmente eram cavalgadas e leiloes para arrecadar dinheiro para a construção da Igreja católica.

Hoje os leilões acontecem tradicionalmente no mês de janeiro, na semana que a cidade comemora o dia de São Sebastião, pela Igreja Católica.

Enquanto que as cavalgadas acontecem em eventos especias pela cidade.







               




Cavalgada São Sebastiao













O Tema da Festa de agosto de 2012 foi FESTA COUNTRY, aonde aconteceu uma linda cavalgada,  a paisagem da seca que castiga a nossa região é muito nítida em cada  ângulo



















Cavalgada ecológica 2010